quinta-feira, 7 de maio de 2009

"Professor bonzinho = aluno difícil"

“Professor bonzinho = aluno difícil
A questão da indisciplina em sala de aula.”

Celso Antunes
Ed. Vozes



Ler realmente nos revela surpresas. Ao escolher o tema imaginei, arrogantemente, que pouco me acrescentaria às técnicas que eu já conhecia. Ledo engano.

Celso Antunes tem o poder de nos convencer que sempre há campo para melhora, afinal o tema “indisciplina” é inesgotável e possui definições variadas segundo a necessidade e anseio de cada professor.

Nunca almejei uma sala de aula com “silêncio sepulcral” como o autor diz. Aliás, concordo com ele que teremos a eternidade pós morte para ficarmos em silêncio. Contudo sabemos que algumas turmas passam dos limites quando o assunto é liberdade de expressão.

Alguns pontos abordados pelo autor já me eram conhecidos; outros haviam sido esquecidos, outros se mostraram ser boa sugestão, que pretendo aplicar em 2009.

Decidi registrar pontos que me chamaram a atenção:

- “Professor bonzinho, manipulável, manobrável não é educador, não transmitiu com a honra de suas aulas a dignidade de sua profissão.” (É lamentável, mas vi colegas indignos de nossa profissão esse ano.)

- “O professor tem como missão ajudar na construção do conhecimento do aluno.” (Não somos os salvadores da Pátria, mas muito do que o aluno carregará pela sua vida, poderá ser contribuído pelo nosso trabalho.)

- “Experimente, vez por outra, transformar um tema que necessite trabalhar em uma quantidade expressiva de questões, perguntas, problemas, charadas, anagramas e desafios sobre esse mesmo tema. Reúna os alunos em duplas ou trios, distribua entre eles alguns desses problemas e peça que busquem resolvê-los, usando todos os elementos que puderem dispor. Discuta a solução. Cada grupo apresenta sua estratégia para a classe.” ( Isso exigirá que nós professores, preparemos a aula. Não basta dominar seu próprio conteúdo, é preciso inovar ao passar aos alunos... Preciso melhorar nesse ponto!!)

- “Indisciplina é como incêndio, tem focos.
Primeiro Foco: ESCOLA. Para apagar o incêndio da indisciplina na escola seria necessário: a) uma definição clara e cristalina de algumas regras disciplinares, lúcidas e coerentes, estabelecidas democraticamente entre diretores, professores e alunos. b) Criação de Centrais de Atendimento para ajuda a alunos com dificuldades cognitivas ou emocionais, a pais que precisam de orientação e acompanhamento, a professores que necessitam ser orientados e descobrirem que existem ombros nos quais o apoio jamais é negado. Segundo Foco: PROFESSOR. Professores mal preparados, apáticos, desinteressados e desanimados. Esses precisam ser reciclados e resgatados do mar da improdutividade. Primeiro passo: admitir suas deficiências, buscar ajuda. A indisciplina floresce em classes sob os cuidados de professores que:
- não são assíduos e pontuais.
- não estabelecem regras junto com (e não para) alunos.
- ficam sentados na cadeira e fazem os alunos vir até ele. Vá até o aluno.
- professor que não é sereno. É preciso contar até 10, respirar fundo, manter a calma. Faça de conta que vale para toda aula o já banal recado: “Sorria, você está sendo filmado.”
- professor autoritário, mas sem autoridade. Como disse Guevara “Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás.” Regras são regras, devem ser respeitadas e o professor deve cobrar isso com respeito.
- professor no palco. Tem alunos que querem dar show e colocam o professor no palco. Não devemos aceitar isso. Ao entrar em uma discussão com um aluno perante a sala estamos aceitando participar do show do aluno. É mais produtivo ter uma conversa em particular, norteada pelo desejo de aconselhar e ajudar o aluno a ter uma postura que se encaixe nas regras que ele ajudou a estabelecer.(Preciso me policiar nisso, e muito. Aceitei muita provocação esse ano, tststststs.)


Outra observação oportuna é falar a linguagem do aluno. Isso significa certificar-se de que o aluno sabe o que se espera dele ao solicitar que ele faça: uma ‘pesquisa’, um ‘resumo‘, uma ‘análise ’, ou uma ‘comparação’.


Ufa! É fácil? Não, claro que não. Mas qual atividade profissional não tem seus dissabores?

São muitos nossos desafios ao longo do ano. Eu pessoalmente, preciso cuidar mais da minha auto-estima. Fortalecer-me. Esses dois pontos me capacitarão para aplicar e aprimorar as sugestões desse texto.

Um forte abraço e sejamos felizes!!

Profª Cristien

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